Histórias da Passarella
O Oenólogo
Diante dos microfones
Na cerimónia de entrega do Prémio Nobel de Enologia a Hellis Montaigne, foi um tal de André Huppert quem compareceu diante dos microfones e da incredulidade de milhões. O seu discurso começou e acabou assim:
Majestades, senhoras e senhores, mundo do vinho. Antes de mais, quero confessar que é um privilégio estar aqui na vez do meu irmão Hellis, um homem justo, metódico e muito inteligente que doou a sua vida a causas tão nobres como o vinho, contra a adstringência da vida que teve.
Tudo o contrário de mim. Somos gémeos, mas uma coisa que sempre odiei nele foi a extrema sensatez, coisa que, no limite, afecta as melhores qualidades de um vinho e de uma vida. E fui eu, por exemplo, quem lhe deu a ideia das Vinhas Velhas, no ano da graça de 1935. Fui eu quem lhe ofereceu o primeiro manual de enologia crítica, o primeiro compêndio de coragem para a vida, o primeiro impulso para que se tornasse assim, como hoje, infinito. Por isso, sem mim, o que seria dele? Nada, meus amigos. Um anjo, por si só, é incapaz da realidade de um vinho perfeito ou de assinar a sua própria obra. Por isso, sou eu, André Huppert, vagabundo literal, incendiário das horas mortas e aborrecidas, e não o meu irmão Hellis, quem recebe este prémio. A enologia é também uma ciência demoníaca. E eu trago o fogo para vos agradecer.
Prémios e Menções
92 pontos, Wine Enthusiast
O Oenólogo Encruzado 2014
Prata, Sommelier Wine Awards 2020
O Oenólogo Encruzado 2018
Grande Ouro, Concurso Vinhos de Portugal 2018
O Oenólogo Encruzado 2016
Ouro, Challenge International du Vin 2016
O Oenólogo Vinhas Velhas 2012
Ouro, Challenge International du Vin 2014
O Oenólogo Vinhas Velhas 2010
Ouro, Concours Mondial Bruxelles 2014
O Oenólogo Vinhas Velhas 2010